Equipamentos quebrados, enferrujados, descascados. É este o cenário encontrado por quem passa pela Academia da Terceira Idade (ATI) que fica no canteiro central da Avenida Raimundo Albergaria, no bairro Santa Helena, em Governador Valadares. Praticar atividades físicas no local é algo que os moradores já descartaram.
“Quase nenhum idoso aparece por aqui hoje. Além do mais, acho que deveria ter alguém acompanhando os exercícios, pois a placa ensina apenas como alongar. Gastar com uma academia dessas e não dar manutenção e nem assistência, é o mesmo que colocar um carro na mão de uma criança”, disse o cabeleireiro Claudinei Bragança.
Não é só a ATI do bairro Santa Helena que está nessa situação. Da listagem de 21 academias fornecida pela Prefeitura Municipal, O Olhar esteve em 19 delas; três ATI’s não foram encontradas. Elas foram retiradas ou o bairro nunca recebeu os equipamentos, segundo informaram moradores desses locais.
Cerca de 50% dos equipamentos estão em estado ruim ou péssimo e colocam o usuário em risco de acidente. Na ATI que fica na Praça Júlio Soares, na Ilha dos Araújos, o frequentador Luiz Azevedo, 61, contou que um idoso estava usando o equipamento multiexercitador, quando um dos aparelhos despencou. “Por muito pouco ele não foi atingido na cabeça, o que poderia ter causado consequências graves ou até fatal”.
De acordo com a diretora de Esportes e Lazer da Secretaria Municipal de Cultura, Esportes e Lazer (Smcel), Roseli de Oliveira, vários equipamentos estragados já foram recolhidos desde o início do ano. Ela disse que a Secretaria não tem recursos para fazer a manutenção ou substituição de aparelhos este ano e informou que, em 2018, as academias da terceira idade terão monitores profissionais e estagiários para orientar os usuários na prática de exercícios físicos.
Limpeza
Além da falta de manutenção dos equipamentos das Academias da Terceira Idade, a falta de limpeza também incomoda os moradores. “O ambiente é péssimo, não tem limpeza aqui, não. Olha o estado dessa praça, que prazer a gente pode ter em fazer atividade aqui?”, questiona a moradora do Turmalina, Sandra da Silva, 35.
No bairro Jardim do Trevo, o morador Geraldo de Jesus Faria, 19, disse que poucas pessoas usam o espaço. “Não tem nem jeito, né. Equipamento estragado e essa sujeira aqui, como você tá vendo”, comenta.
O aposentado Luiz Carvalho, do bairro Universitário, destaca: “É uma tristeza muito grande ver esses equipamentos estragados, isso aqui antes era repleto de gente. O espaço ainda é utilizado por algumas mulheres, que vêm fazer academia no chão, mas muito poucas. Antigamente, passavam com o carro pipa aqui, lavando a praça, e isso também nos motivava a praticar exercícios. Mas sem cuidados e vigilância tudo se perde, já que, infelizmente, a população também não contribui”.
A Academia da Terceira Idade localizada no bairro Jardim Pérola é a mais conservada da cidade:
(Com colaboração de Mari Fialho)