CORPO DE PILOTO É RESGATADO DA IBITURUNA EM OPERAÇÃO DELICADA

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piloto é resgatado após quase 24 h do acidente
Corpo do piloto foi acomodado na maca e levado até uma área no pico por uma aeronave. Imagem: Fábio Monteiro

Quase 24 horas depois do acidente, a equipe de bombeiros conseguiu resgatar, na tarde desta terça-feira (11), o corpo do piloto Josely Dutra Magalhães, 52, morador de Guarapari/ES, que ficou preso na vegetação de um paredão a cerca de 150 metros da rampa sul do Pico da Ibituruna.

Além do trabalho do Corpo de Bombeiros, o resgate só foi possível graças ao helicóptero Pegasus 09, da Polícia Militar, que içou o corpo do local, de dificílimo acesso, até uma área no pico.

Magalhães era piloto iniciante e, segundo informações, fazia aulas há cerca de seis meses. Se acidentou por volta de 16h30 de segunda-feira (10). Testemunhas contaram que ele saltou com seu parapente próximo à rampa sul, na parte de trás da montanha.

Piloto de Guarapari morre no pico da ibituruna
Josely era de Guarapari/ES e estava aprendendo a voar de paraglider em Valadares

Um piloto que preferiu não se identificar, comentou que a região do acidente é desaconselhável para iniciantes devido às mudanças no vento, que são constantes e podem complicar a vida do praticante do esporte.

O Corpo de Bombeiros chegou ao local por volta de 17 horas e já iniciou o resgate. Pouco depois, uma equipe de três homens conseguiu chegar até Magalhães que, apesar de bastante machucado, ainda estava consciente.

De acordo com o sargento Márcio Aniceto, entre 19 e 20 horas ele não resistiu aos ferimentos e ao choque hemorrágico e morreu.

A retirada do corpo foi bastante complicada. Ainda na noite de segunda, os bombeiros estudavam uma forma de fazer o resgate. No entanto, o local de difícil acesso, a falta de luminosidade, o frio e a neblina que começavam a tomar conta, impediram a continuidade dos trabalhos.

Os bombeiros que desceram ao paredão para tentar resgatar o piloto retornaram ao topo do pico. A ordem era aguardar o dia amanhecer para fazer a remoção do corpo, com o auxílio do helicóptero da PM.

Veja o vídeo do resgate do corpo do piloto:

piloto é resgatado após quase 24 h do acidente

Nevoeiro

A expectativa do resgate logo pela manhã foi frustrada com o tempo. Um nevoeiro tomou conta do pico desde a madrugada até por volta de 11 horas, horário que o helicóptero da PM chegou ao local.

Os bombeiros prepararam a maca e dois deles desceram para colocar o corpo de Josely. O trabalho demorou bastante devido ao acesso bastante difícil.

Por volta de 14h50, depois de fazer um primeiro voo até o local do acidente, onde buscaram apenas uma espécie de bolsa, a aeronave fez o resgate do corpo.

Resgate delicado

A operação foi delicada devido ao local de difícil acesso e aos ventos, que mudam com frequência de direção. O corpo foi içado na maca, junto com um policial militar da equipe da aeronave, e, graças à perícia do piloto, foi levado até uma área geralmente usada pelos pilotos para o salto.

O piloto da aeronave Pégasus 09, major Carlos Eduardo Justino Martins, comandante da 5ª Base Regional de Aviação do Estado (Brave), salientou, após o resgate do corpo, que a maior dificuldade da operação foi o fato dele não conseguir ver a vítima.

“Eu, na posição de piloto, não tenho a visão da vítima. Então, é confiança total na equipe. Eles vão me balizando e eu vou posicionando a aeronave na melhor posição para o resgate”, disse ele antes de levantar voo novamente para resgatar os dois bombeiros que desceram para ajudar na remoção do corpo.

O capitão Marcone Gomes, do Corpo de Bombeiros, lamentou a morte do piloto de paraglider, mas ressaltou o trabalho feito com segurança pelas equipes de bombeiros, em conjunto com a equipe da aeronave da PM e da perícia da Polícia Civil.

“As maiores dificuldades que tivemos foram o terreno, o local de extrema dificuldade para ser acessado, o clima adverso, a visibilidade, o período noturno. Mas o trabalho foi feito com as técnicas e aspectos de segurança respeitados e, por isso, o sucesso da operação”, concluiu.

Corpo é retirado do local da queda
Cerca de 22 horas depois do início do resgate, o corpo de Magalhães foi, enfim, removido do paredão da Ibituruna. Foto: Fábio Monteiro

Surf e voo livre

A reportagem do O Olhar tentou localizar parentes de Magalhães, mas não conseguiu contatar ninguém. Um piloto, amigo da vítima, acompanhou o resgate do corpo e comentou, sem se identificar, que ela era de Guarapari. O homem também disse que Magalhães era casado com uma valadarense.

Na página do facebook de Magalhães, há fotos em que ele está surfando em uma praia do litoral da Bahia e também vídeos de voos realizados na Ibituruna.

No dia 18 de maio, em uma postagem com quatro vídeos diferentes, ele escreveu: “Voando com mãe (Dona Maria)…sobrinho (João Pedro) e irmã (Márcia)….adrenalina nas alturas…..”(SIC). Um dos vídeos mostra ele decolando exatamente do lado onde aconteceu o acidente, na parte de trás do pico.

 

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