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DEBATE SOBRE EDUCAÇÃO EM VALADARES É IGNORADO PELO GOVERNO E VEREADORES DA BASE

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A audiência pública que discutiu a educação na rede municipal de Governador Valadares, na tarde desta quarta-feira (21), na Câmara de Vereadores, mostrou profissionais da educação indignados com o descaso do governo, que não mandou nenhum representante para explicar à categoria o processo de designação deste ano.

“É triste, esperava encontrar aqui o prefeito, o secretário de educação, já que lá em seus gabinetes não somos recebidos. Achei que aqui poderia esclarecer minhas dúvidas”, lamentou Aldileni Pereira, do distrito de Baguari, que não conseguiu se classificar para a vaga de intérprete de libras, apesar da experiência.

A audiência tratou, em especial, das alterações feitas pela Secretaria Municipal de Educação (Smed) no processo de inscrição e classificação dos candidatos designados para 2018. O novo modelo de questionário deixou dúvidas e levou vários participantes à desclassificação.

Outro ponto discutido foi com relação aos critérios de pontuação, que acabaram beneficiando concorrentes sem habilitação, em detrimento de profissionais com formação na função. “O que temos hoje são monitores sem preparo nenhum para o cargo dentro das salas de aulas lidando com crianças. E eu, formada em pedagogia e magistério, desempregada”, ressaltou Vanusa Cristina.

A maioria dos participantes questionou o motivo pelo qual um certificado de técnico em contabilidade ou um diploma de administrador de empresas passaram a contar mais do que a experiência comprovada na função para atuar na rede de ensino em Valadares.

Enquanto as respostas não vêm, escolas municipais seguem funcionando com o quadro de servidores comprometido. Em Baguari, por exemplo, até nesta quarta-feira, ninguém havia assumido a vaga de interprete de libras, deixando crianças surdas e mudas em situação desfavorável dentro da escola. Muitas têm voltado para casa aos prantos.

A presidente do Conselho Municipal de Educação, Maria das Mercês, ficou surpresa com a ausência da grande maioria dos vereadores. Dos 21 parlamentares, apenas três, que propuseram a audiência, estavam presentes. “Vereadores são nossos servidores e não fazem favor nenhum em participar das discussões e zelar pela educação em nossa cidade”, disse ela.

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