EMPRÉSTIMO NÃO PASSA E ANDRÉ MERLO SOFRE MAIS UMA DERROTA NA CÂMARA

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secretários acompanham votação de empréstimo na cm
Agentes do primeiro escalão acompanharam in loco a votação do projeto que autorizaria empréstimo ao governo. Foto: Divulgação

VOTO DE MINERVA DO PRESIDENTE JÚLIO AVELAR FOI DECISIVO PARA BARRAR EMPRÉSTIMO

A autorização para o governo tomar um empréstimo de R$ 10 milhões no Banco do Brasil, para investimento em operação tapa-buracos, foi negada pela Câmara Municipal de Governador Valadares na reunião desta sexta-feira (5).

Vereadores da oposição, descontentes com os rumos da atual administração, se uniram aos blocos da minoria e independente e derrubaram o projeto do Executivo, impondo nova derrota ao prefeito André Luiz Merlo (PSDB).

Parlamentares já haviam denunciado o excesso de dinheiro gasto com a recuperação de ruas nos últimos dois anos e meio, sem resultados positivos para a população.

De acordo com a vereadora Rosemary Mafra (PCdoB), o montante de investimentos até agora é de cerca de R$ 12 milhões, com várias empresas executando o mesmo serviço.

Alguns secretários do governo fincaram pé na primeira fileira do auditório da Câmara, para impor pressão, sem sucesso.

Além de obstruir a visão de quem estava sentado para assistir a reunião, a presença de agentes do primeiro escalão foi vista como tentativa de intimidar a Casa Legislativa.

Decisão

A votação do projeto 80/2019, que autorizaria o governo a contrair empréstimo de R$ 10 milhões junto ao Banco do Brasil, chegou a ficar empatada.

Com o plenário igualmente dividido (10 x 10) em conceder ou não autorização para o financiamento, o desempate coube ao presidente da Casa, Júlio Tebas Avelar (PV), que pela primeira vez nesta legislatura fez uso do ‘voto de Minerva’ (desempate).

Avelar desempatou a votação contrário aos interesses do governo, mandando o projeto para o arquivo.

“Optei em votar contra para que os próximos pedidos de empréstimos venham com maior esclarecimento para os 21 vereadores. Não é nenhuma retaliação, nada contra, só espero que as coisas mudem e a Câmara seja mais valorizada”,  justificou o presidente.

Ele considerou o resultado da votação democrático, afirmou que a cidade não perde com a rejeição da proposta e reforçou que o governo tem que conversar e prestar informações para todos os vereadores “e não apenas para um grupo que sempre é chamado no gabinete”.

Para o vereador Coronel Wagner (PMN), rejeitar o empréstimo foi uma demonstração de cuidado com a cidade, já que o financiamento previa juros de R$ 4,6 milhões ao longo de 10 anos.

“São R$ 460 mil ao mês, um dinheiro que seria jogado fora, pois na verdade o que precisamos é de uma gestão adequada dos recursos disponíveis para que os serviços sejam executados de forma eficiente para atender a população”, frisou.

O parlamentar falou que estava “satisfeito com o resultado” e que a cidade não precisa de empréstimo nesse momento de crise. Lembrou também que os recursos financiados seriam pagos com o bolso do valadarense.

Divisão

Assim como em outras votações decisivas, o governo André Merlo se mostrou enfraquecido na Câmara. Foi assim também na eleição do presidente da Casa, em que o prefeito teve participação direta no convencimento dos parlamentares. Ainda assim seu candidato, Alessandro Ferraz, não conseguiu a vitória.

O prefeito também não contou com o apoio integral da base governista para aprovar um outro empréstimo, no final do ano passado, desta vez autorizando servidores a contrair financiamento para receber o 13º salário.

A CPI da Valadarense-Mobi é um outro exemplo, com vereadores da base engrossando a lista de assinaturas necessárias para a instalação da comissão, como é o caso de Geremias Brito, atual vice-líder do governo.

Veja como foi a votação:

Contra o empréstimo: Coronel Wagner (PMN), Antônio Carlos (PT), Marcion Ferreira (PR), Rosemary Mafra (PCdoB), Iracy de Matos (SD), Robinho Mifarreg (PROS), Pastor Elias (PSB), Rildo do Hospital (PSL), Jacob do Salão (PSB), Dandan Cesário (PHS) e Júlio Avelar (PV).

Favorável ao empréstimo: Paulinho Costa (PDT), Alessandro Ferraz (PHS), Geremias Brito (PSL), Waldecy Barcellos (PP), Betinho Detetive (PDT), Juninho da Farmácia (PDT), Fátima Salgado (PSDB), Dr. Marcílio Alves (MDB), Regino Cruz (PTB) e Nenem do Desidério (DEM).

 

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