Governador Valadares foi escolhida para a estreia do curso “Marketing Eleitoral e Mídias Sociais: eleições municipais 2020”, que será ministrado Nos dias 17 e 18 de agosto, das 8 às 18 horas, no auditório da Nossa Clínica, no Centro da cidade.
Voltado a pré-candidatos, políticos, assessores, profissionais de comunicação e estudantes, o curso vai abordar temas como Marketing Político x Marketing Eleitoral, Eleições Municipais em tempos de polarização, Discurso Político, Comportamento Eleitoral, Técnicas de Pesquisas (quantitativa e qualitativa), Fake News, Mídias Sociais, Planejamento de Campanha, entre outros.
“Com a redução dos recursos e do prazo legal para realização de campanhas, o político precisa construir com antecedência um caminho seguro para sua candidatura. E isso se dá na pré-campanha. Ao conhecer as possibilidades legais de articulação e divulgação da sua imagem neste período, o candidato sai à frente e abre caminho para aceitação do eleitor a suas propostas”, informa a diretora-executiva Jaqueline Santiago.
O curso será ministrado pela Agência Votto, de Belo Horizonte, no auditório da Nossa Clínica, na rua Caio Martins, 196, Centro. Mais informações sobre o curso e as inscrições estão disponíveis no site www.votto.com.br.
Fake News, personalismo e polarização devem marcar as eleições municipais de 2020
As eleições municipais do ano que vem tendem a refletir, em parte, a polarização política e ideológica que vem caracterizando o cenário nacional nos últimos anos.
O pleito pode ficar marcado também por candidatos que se apresentam como outsiders e por notícias fraudulentas, as chamadas fake news disseminadas em mídias sociais e grupos de Whatsapp, apontam especialistas em marketing político.
“Embora as eleições municipais tenham contextos distintos e particulares, em função da diversidade dos municípios quanto à dimensão, cultura, realidade econômica e outros fatores, há conexões entre o plano nacional e local que podem influenciar o andamento dos pleitos de 2020”, analisa a especialista em marketing político Jaqueline Santiago, diretora-executiva da Agência Votto – Inteligência Política, de Belo Horizonte.
De acordo com a especialista, o clima de acirramento do debate eleitoral teve início com as chamadas jornadas de junho e julho de 2013, como ficaram conhecidas as manifestações de pautas difusas contra o governo de Dilma Rousseff.
“Desde então, tivemos a crise do governo Dilma, o impeachment dela, a era Michel Temer com as reformas, a prisão de Lula… Tudo isso foi ampliando um racha que, em 2018, converteu-se basicamente no enfrentamento entre um fenômeno novo, o bolsonarismo, e o petismo, este já desgastado por não conseguir unir o campo progressista”, avalia Jaqueline.
“Não sabemos qual será o quadro nacional em 2020, mas esse antagonismo pode ter um peso em alguns contextos municipais. Um candidato ligado de alguma forma ao bolsonarismo deve colher, em parte, as recompensas e os castigos inerentes a essa vinculação”, pontua ela.
“As disputas locais são marcadas por clivagens que variam conforme a geografia eleitoral, a cultura, a história. Portanto, essa conexão com o plano nacional se dá em maior ou menor grau, a depender de cada realidade. Em certos casos nem há relação entre os dois contextos”, ressalta.
Para o jornalista e especialista em marketing político Marcelo Machado, o personalismo também deve prevalecer nas eleições municipais de 2020, em função da descrença do eleitorado nos tradicionais partidos políticos.
“As urnas deram o recado já nas eleições municipais de 2016 e também nas eleições de 2018. A crise de representatividade é uma realidade. Está claro que as legendas não conseguiram responder aos anseios do eleitorado”, lembra.
Segundo Machado, este cenário segue favorecendo aos outsiders, ou seja, “os candidatos que se apresentam como novidade, alternativa. A tendência é a de que os partidos tenham menor visibilidade nas campanhas de 2020, até mesmo nas de candidatos mais tradicionais, já conhecidos no meio político”, opina.
O especialistas também destaca que as eleições municipais vão enfrentar, inevitavelmente, o desafio das fake news, ainda que a justiça eleitoral, o congresso nacional e as plataformas de mídias sociais, como Facebook, Instagram e outras, estejam mobilizadas frente ao fenômeno da desinformação.
No entanto, ele acentua que novos mecanismos de enfrentamento às fake news e os contextos particulares dos municípios podem atenuar os efeitos nocivos da desinformação.
“Em relação a uma eleição presidencial, é menos complicado neutralizar essas notícias fraudulentas nos âmbitos municipais. De qualquer forma, será um desafio. As campanhas precisarão de equipes preparadas para agir rapidamente e debelar logo esse mal,” conclui.