FILHOS REENCONTRAM A MÃE DEPOIS DE ANOS, GRAÇAS AO GV INVISÍVEL

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gv invisível ajuda família a se reencontrar
Maria Lúcia, no meio, com voluntários do GV Invisível. Foto: Divulgação/GV Invisível

Uma das primeiras postagens do projeto GV Invisível, no Instagram, bastou para que o primeiro resultado positivo do trabalho emocionasse os integrantes. Uma mulher de 59 anos, dada como morta por familiares, foi encontrada pelos filhos que nunca deixaram de procurá-la.

Maria Lúcia Ferreira de Freitas, 59, mora na calçada da rua Lincoln Byrro, quase esquina com Avenida JK, entre os bairros Vila Bretas e São Paulo, foi localizada pelo filho que fez uma busca pelo nome dela na internet e acabou localizando o perfil do GV Invisível, no Instagram.

Na primeira foto postada, com semblante triste, dona Maria Lúcia é identificada pelo filho, que mora no Rio de Janeiro. Foto: Divulgação/GV Invisível

A reportagem do site O Olhar procurou por dona Maria Lúcia na manhã desta sexta-feira (21) e a encontrou deitada em seu colchão, ao lado de uma cadelinha que ela chama de Amarelinha. “Ela é de um pessoal que mora ali na frente (apontando no sentido do rio Doce) mas sempre está aqui, me fazendo companhia”, conta.

Ao ser perguntada sobre a idade que tinha, dona Maria Lúcia disse que nasceu no dia 21 de junho de 1960. Alertada que era o dia do aniversário, a moradora de rua disse que não estava se dando conta que estava completando mais um ano.

Dona Maria Lúcia disse que é natural de Rubim (MG) e que perdeu a mãe quando tinha apenas um ano e seis meses. A partir daí, ela, que é a filha mais nova, passou a morar com o pai e outros cinco irmãos, duas mulheres e três homens.

“Mas tinha uns que me batiam muito na cabeça e eu acabei ficando com problemas”, relata ela, que diz que diariamente tem que tomar uma dose de remédio controlado. “O médico me dá a receita e eu dou um jeito e peço para as pessoas me ajudarem”, completa.

“Meu Cheirinho”

Sem se lembrar quantos anos tinha, ela conta que deixou dois filhos pequenos com parentes do pai deles e veio para Valadares em busca de emprego. Dona Maria Lúcia diz que chegou a trabalhar e até a alugar um quarto no bairro São Paulo, onde morou com o pai a quem se refere carinhosamente por “Meu Cheirinho”.

A morte do pai mudou o rumo da vida de dona Maria Lúcia. “Quando perdi o “Meu Cheirinho”, o dono do barraco em que eu morava me pediu pra sair. Aí fui para o Rio de Janeiro cuidar de uma senhora”, relata.

Ela conta que chegou a se casar com um homem com quem teve uma vida tranquila até ele ser assassinado. “Aí eu voltei aqui pra Valadares e estou morando aqui, onde você está vendo”, diz.

Dona Maria Lúcia conta ainda que estudou até a quarta série, mas que ainda tem um pouco de dificuldade para ler. “Sou boa em matemática”, brinca.

Reencontro com os filhos

A moradora de rua lembra com alegria do dia em que foi avisada que os filhos a encontraram pela internet. “Me trouxeram um telefone aqui e conversamos pela câmera. Eles moram no Rio e disseram que virão me buscar no mês que vem”, conta, sem esconder a alegria, a emoção e, principalmente, a ansiedade.

O coordenador do GV Invisível, Vinícius Miranda, disse que os integrantes do projeto ficaram bastante satisfeitos com o primeiro resultado positivo. “Ficamos felizes porque este é o nosso objetivo. É o nosso sonho com o GV Invisível, ajudar pessoas nessa situação a voltar a se tornar visíveis”, ressalta.

A foto da dona Maria Lúcia, que foi postada primeiramente em preto e branco, com um semblante triste e sofrido, foi refeita e postada novamente no GV Invisível.

Desta vez, ela está em cores, abraçada a dois voluntários do grupo, e já esboçando um sorriso que, certamente, dará lugar à tristeza de anos morando na rua, assim que reencontrar os filhos Jonas e Maicon, que devem vir a Valadares nas próximas semanas para reencontrá-la.

Clique aqui e leia matéria sobre o projeto GV Invisível.

Instagram: https://www.instagram.com/gvinvisivel/
Facebook: https://www.facebook.com/invisivelgv

 

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