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Homens adotam, cada vez mais, o visual barbudo

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A barba do barbeiro Thiago Maciel já é parte do seu uniforme de trabalho (Foto de Fábio Monteiro)

Há um tempo, ter barba poderia significar desleixo, falta de higiene e nem sempre o barbudo era bem visto na sociedade. De uns anos pra cá, a situação se inverteu. Hoje, a barba tem se tornado um item cada vez mais respeitado no visual masculino. Homens estão, cada vez mais, ocupando mais tempo cuidando da aparência e empresas, que antes não aceitavam barbudos, estão cada vez mais tolerantes e até incentivando, em determinados casos.

Othon lembra que era proibido ter barba quando trabalhava em uma plataforma de petróleo (Foto de Fábio Monteiro)

O empresário Othon Bessa, 43, passou muito tempo de ‘cara limpa’ e hoje ostenta uma bem cuidada barba. Ele trabalhou por um tempo em uma plataforma de petróleo, onde permanecia 15 dias embarcado e 15 dias em terra. ‘Nas plataformas é proibido o uso da barba. Depois que saí, resolvi deixar crescer’, disse ele, que logo buscou investir em uma barbearia para atender à demanda que começava a crescer na época.

Othon conta que, hoje em dia, a barbearia faz cerca de 500 barbas por mês. ‘O homem está cuidando da aparência cada vez mais e sempre mais exigente quanto ao serviço. Muitos procuravam salões femininos para ter um serviço diferenciado, já que as barbearias eram bastante simples’, disse o empresário.

Parte do uniforme

O barbeiro Thiago Maciel, 32, cuida do visual de dezenas de homens que procuram a barbearia onde trabalha, no bairro Esplanada. Ele também ostenta o visual barbudo por sugestão de uma amiga. ‘Eu usava barba curta quando uma amiga disse que meu visual melhoraria se deixasse crescer. Fiz o teste e gostei’, disse.

Thiago não pensa em deixar o visual que, segundo ele, já está incorporado ao seu uniforme de trabalho. ‘Combina com minha profissão. É meio que um complemento do meu uniforme. Hoje não penso tirar a barba. Quando fiz, há alguns meses, minha sobrinha me estranhou’, contou.

Paulo Afonso adotou o visual depois de se aposentar, na Polícia Militar (Foto de Fábio Monteiro)

O militar reformado Paulo Afonso Ferreira, 57, usa barba há cerca de seis anos, desde que se aposentou. Ele disse que já tinha uma certa paixão por barba mas não podia deixar crescer devido à profissão. ‘Foram 30 anos fazendo barba e agora serão 30 anos sem fazer barba’, brincou.

Paulo Afonso rechaça a ideia de que barba seja sinal de velhice. ‘Ela vem com ou sem barba. Você tem é que ficar bem consigo mesmo, tem que ser feliz e pronto’, declarou.

O militar reformado disse que tem um cuidado especial com a barba. Ele usa xampu diariamente, além de condicionador e de um óleo especial. ‘Demoro, mais ou menos, uma hora para me arrumar. Hoje o homem está se cuidando mais e não sou diferente’, afirmou.

Contrassenso

O empresário Othon fez questão de fazer uma observação, no mínimo, curiosa. A barba voltou a fazer sucesso entre os homens justamente num período em que ela aparece como uma das marcas de terroristas que tem praticado atos criminosos pelo mundo. Ele lembrou do terrorista Osama Bin Laden, morto em 2011, e responsável pelos atentados contra as Torres Gêmeas, em Nova Iorque, nos Estados Unidos.

‘O movimento dos barbudos está forte. Tem muita gente querendo ter barba. Muitas empresas que antes não aceitavam, já valorizam o item na aparência masculina. Em muitos casos, a barba tem dado um ar de maturidade, de seriedade ao homem’, avaliou.

Dicas

O barbeiro Thiago Maciel acredita que a barba não é uma moda passageira. Segundo ele, a barba tem ajudado algumas pessoas até profissionalmente. ‘Escuto clientes falando que a barba deixa um ar de seriedade’, afirmou.

Thiago disse que a pessoa que quer cultivar uma barba deve procurar uma barbearia a cada 15 ou 20 dias para que o barbeiro apare para manter a forma. Em casa, segundo ele, a pessoa pode fazer a manutenção usando xampus, loções para deixar a barba mais macia, evitar coceira, e usar alguns óleos. ‘É importante deixar a barba sempre bonita. Não dá pra deixá-la feia e suja’, afirmou.

Lumbersexual

De acordo com o site historiadomundo.uol.com.br, por volta de 30 mil anos atrás, o homem descobriu que seria possível remover a barba com uso de lascas de pedra afiada.

Desde o período Paleolítico a história encontra indícios de vaidade e cuidados com a higiene por parte do homem. No Antigo Egito, a barba era um sinal de status. Membros da nobreza usavam sempre para se diferenciarem dos plebeus.

Hoje em dia, o termo lumbersexual passou a denominar os barbudos. O termo surgiu recentemente nos Estados Unidos e na Europa, sendo uma mistura entre lumberjack (lenhador, em inglês) e metrossexual. O termo é uma definição de homens que têm estilo semelhante ao dos lenhadores clássicos retratados no cinema.

 

 

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