A notícia de que uma estudante de 20 anos procurou o Hospital Municipal na quarta-feira (27) alegando ter sido atingida, possivelmente, com uma seringa, no Centro de Governador Valadares, gerou uma série de notícias falsas pelas redes sociais e grupos de notícias.
Em alguns áudios divulgados, de forma irresponsável, em grupos do whatsapp, chegaram a falar em quatro pessoas atingidas por seringas infectadas pelo vírus HIV, numa suposta “blitz da aids”.
A notícia de um grupo espalhando vírus em seringas espetadas nas pessoas foi desmentida pela Prefeitura Municipal e pela Polícia Civil.
A Polícia Militar afirmou na tarde desta quinta-feira (28) que a jovem estudante provavelmente se equivocou. Segundo o tenente Josimax Duarte, a PM conversou com a moça e procurou as imagens nas lojas do local por onde ela disse ter sido espetada por uma agulha.
“A jovem acredita que quando passou pelo local, uma senhora passou por ela e a furou. Temos as imagens dela passando pelo local e ninguém encosta nela. Então, pode ter um equívoco nisso e não ter acontecido nada. E, a partir daí, diversas notícias foram veiculadas e aí vem a mentira, o pânico. Mas, nada disso aconteceu”, afirmou o oficial.
Ainda segundo Duarte, a partir da informação da suposta agulhada, as pessoas começaram a ficar com medo e a espalhar notícias falsas. “Estamos quase que diante de uma lenda urbana. Hoje um menino correu de uma escola dizendo que tinha uma senhora com uma agulha. Nós abordamos a pessoa e não tinha nada”, relatou.
O militar garante que as pessoas podem sair tranquilamente, principalmente nesta sexta-feira (29), dia de black friday. “As pessoas podem sair tranquilamente porque a PM estará nas ruas para dar segurança a todos. Podem ir ao centro gastar seu dinheiro com a black friday”, concluiu.
Assim que a notícia começou a circular, a Polícia Civil iniciou as diligências para apurar a veracidade, as circunstâncias e uma possível autoria dos fatos. A nota da Civil confirma que nenhum outro caso foi registrado na cidade e que não há razão para alarde e pânico.
Ainda em nota, a Civil orientou a população, caso venha a acontecer algum caso semelhante de lesão com instrumentos perfurocortantes como agulhas e estiletes, “a vítima deve procurar, imediatamente, o Hospital Municipal. Lá será aberto um prontuário médico para verificar a lesão e uma possível contaminação, seguido de atendimento viral ou o que for mais específico para evitar possíveis contaminações. Em seguida, a vítima deve comparecer a uma Delegacia de Polícia Civil, que encaminhará a pessoa ao Instituto Médico Legal, que finalizará as avaliações clínicas do paciente”.
O início dos boatos
A história começou a viralizar quando a jovem procurou o hospital dizendo sentir um ardor no ombro esquerdo e que poderia ter sido atingida por uma agulha e que poderia ser uma agulha hospitalar. Ela também não soube precisar quem teria a atacado.
A Polícia Militar registrou um boletim de ocorrência e a estudante foi submetida, preventivamente, no Hospital Municipal, à Profilaxia Pós-Exposição ao HIV, que é o uso de medicamentos antirretrovirais para reduzir o risco de uma suposta infecção.
Ela também fez exame sorológico e foi encaminhada ao Serviço de Referência, onde será acompanhada por seis meses.
Conforme registrado no boletim de ocorrência, a vítima alega que após sentir um ardor no ombro esquerdo percebeu que poderia ter sido atingida com algo pontiagudo e fino, podendo ser uma agulha hospitalar, mas não soube identificar a autoria.
Por meio de nota, o Hospital Municipal informou que a estudante foi devidamente atendida, recebeu os medicamentos antirretrovirais e realizou exame sorológico, com orientação de encaminhamento ao Serviço de Referência para ser acompanhada por seis meses.
O referido procedimento é comumente adotado quando se verifica possível exposição à substância nociva, com o objetivo de reduzir riscos de infecção.