A lama depositada no fundo do rio Doce, com rejeitos de mineração, pode se transformar em tijolos ecológicos. Uma pesquisa em andamento na Universidade Vale do Rio Doce (Univale), desenvolvida pelos cursos de Engenharia Civil e Engenharia Civil e Ambiental, avalia o reaproveitamento dos resíduos para a produção de bloco solo-cimento.
O professor do curso de Engenharia Civil, Anderson Caetano Gusmão, explica que o resíduo alojado no leito do rio poderá ser utilizado para a produção de blocos ecológicos feitos com areia, cimento e rejeitos da mineração. Para executar a proposta, foi assinado um convênio entre a universidade e a Fundação Renova.
Caetano conta que logo após o rompimento das barragens da Mineradora Samarco, um representante da Renova entrou em contato com a universidade e durante as conversas, surgiu a ideia de utilizar o material para a produção de blocos solo-cimento.
“Afinal, o que poderíamos fazer com esse solo que correu através do leito do rio? Vamos transformá-lo em blocos ecológicos. Sabemos que temos várias outras opções, mas estamos desenvolvendo essa pesquisa junto com a Renova”, ressalta.
A fabricação do tijolo ecológico começa com a coleta do solo no rio Doce. Após isso, a lama passa por equipamentos onde ocorrem diversos processos, como a homogeneização com cimento e areia.
Em seguida, a massa é misturada com água e levada para uma prensa manual. A partir daí, os blocos passam por um processo de secagem natural, sem a necessidade de serem queimados.
Parceria
A reitora da Univale, professora Lissandra Lopes Coelho Rocha, disse que a parceria com a Fundação Renova representa um passo importante para a universidade e para os cursos de Engenharia Civil e Engenharia Civil e Ambiental na realização de pesquisas que envolvem questões ambientais com foco na sustentabilidade.
Ela destacou que a instituição se preocupa em formar profissionais com a visão voltada para a sustentabilidade. “E esse projeto reflete isso, pois se preocupa em dar uma destinação ecologicamente correta para todo o material que veio pelo leito do rio após a tragédia com as barragens”, frisou a reitora.
Para Paulo Rocha, líder da área de Economia e Inovação da Fundação Renova, a ideia é contribuir com o desenvolvimento de novos produtos e serviços que possam aproveitar os rejeitos da mineração.
“Ainda há muito a ser desenvolvido, visto que estamos trabalhando na fronteira do conhecimento, em virtude do ineditismo do projeto. E esse tipo de trabalho, em conjunto com instituições de pesquisa e inovação, é fundamental para identificar futuras oportunidades de tecnologias e negócios que utilizem esse material que está hoje depositado no rio”, destaca.
A pesquisa é desenvolvida com a colaboração dos professores Juliano Daniel Groppo, Adriana de Oliveira Leite Coelho, Rondinelly Geraldo Pereira e Dayane Gonçalves Ferreira.
*Com informações da Assessoria de Imprensa | Univale.
e ajudar na reconstrução de Mariana e Brumadinho!!!
gostaria de saber mais sobre o projeto, pois sou arquiteta e gostaria de saber sobre os tijolos para conseguir utilizá-los numa obra, como exemplo de sustentabilidade e reutilização para uma coisa boa.
Olá, estamos a disposição, procure a Univale ou faça contato comigo por meio do e-mail anderson.gusmao@univale.br
Prof. Anderson C Gusmão