Uma cena se tornou comum nas principais cidades de todas as regiões de Minas Gerais: colisões de veículos em postes da Cemig. Esse tipo de acidente, na maioria das vezes, derruba a estrutura, atrapalha o trânsito e deixa parte da população local sem luz.
Levantamento da Cemig, que acaba de ficar pronto, mostra que aconteceram 515 ocorrências, somente na região Leste do estado, que interromperam o fornecimento de energia para cerca de 220 mil clientes o ano passado.
Mais do que o dano material, esse tipo de acidente pode colocar a vida do condutor e de outras pessoas em risco.
Em todo o estado, foram 3.650 ocorrências dessa natureza, em 2020. Esses acidentes prejudicaram o fornecimento de energia para mais de 1,3 milhão de clientes da empresa. A média é de dez colisões de veículos em postes por dia na área de concessão da empresa, que abrange 774 cidades mineiras.
Em setembro de 2020, um caminhão derrubou um poste no bairro Padre Eustáquio, em Belo Horizonte, que caiu sobre um veículo que estava estacionado na rua. Acertadamente, o condutor permaneceu no veículo e aguardou a chegada do Corpo de Bombeiros e da Cemig para ser resgatado.
“Quando há fios caídos no chão, é possível que, ao sair do automóvel, a pessoa sofra um choque elétrico, que pode ser de até 13 mil volts, caso seja uma rede de média tensão. O único caso em que a pessoa deve deixar o veículo imediatamente é em situações de incêndio. Nessas ocasiões, se for necessário sair do veículo, a pessoa nunca deve tocar a estrutura do automóvel e o solo ao mesmo tempo, porque ela se tornará o caminho entre a corrente elétrica e o solo. Isso pode ser fatal ou causar queimaduras gravíssimas”, explica o gerente de Expansão e Manutenção Preventiva da Média e Baixa Tensão da Distribuição Metropolitana da Cemig, Marcelo Roger da Silva.
Ele disse ainda que quando um poste é danificado, uma equipe de emergência é deslocada para avaliar a situação e definir as ações que deverão ser realizadas. “Geralmente, os serviços são complexos e demandam tempo e diversas equipes, pois envolvem o isolamento da área afetada, a retirada do veículo e a substituição ou reconstrução do poste quebrado e da rede elétrica, o que traz transtornos ao trânsito e à população”, afirma.
Além disso, o trabalho de manutenção da Cemig, nesses casos, costuma depender também da ação de outros agentes públicos, como policiais militares, agentes de trânsito e bombeiros, uma vez que os acidentes podem gerar vítimas, incêndios e interdições de vias.
“Vale lembrar que, quando há realização de inquérito policial, as equipes da Cemig só conseguem iniciar os trabalhos de reparo da rede elétrica após receberem autorização da polícia”, destaca Marcelo Roger.
Paliativo técnico
Muitas pessoas têm dúvidas em relação a um procedimento paliativo adotado pela Cemig para o restabelecimento de energia o mais rápido possível. Em diversas ocorrências, a companhia apoia o poste derrubado pela colisão de veículos temporariamente com uma peça de madeira.
A empresa esclarece que esse procedimento técnico é totalmente seguro e deixa a estrutura com resistência semelhante ao estado original. Geralmente, essa decisão é tomada por ser inviável a troca do poste naquele momento, devido às condições do local da colisão, maior tempo para a substituição definitiva e necessidade de liberação da via pelas autoridades de trânsito.
A companhia também faz o agendamento da troca do poste e, para a substituição, é necessário avisar todos os clientes que terão o fornecimento interrompido para a realização do serviço. Além disso, é necessário fazer contato e alinhar com as empresas de processamento de dados – como telefonia, TV a cabo e internet – que devem regularizar a fiação de sua responsabilidade que porventura tenha sido danificada pela ocorrência.
Dono do veículo tem que pagar danos
Outro ponto esclarecido pela Cemig é que o motorista causador do acidente tem prazo de até 60 dias para ressarcir os danos causados à rede da empresa. Somente a estrutura do poste custa, em média, cerca de R$ 4 mil. Esse valor pode subir para até R$ 10 mil em caso de danos a equipamentos, como transformadores e religadores.
**Com informações da Cemig.