O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) cumpriu, nesta terça-feira (22), 15 mandados de busca e apreensão na chamada Operação Caixa Fantasma, que apura a prática dos crimes de compra de votos e falsidade ideológica eleitoral (caixa dois) nas eleições gerais de 2018. Um dos investigados é o deputado federal eleito Euclydes Marcos Pettersen Neto (PSC), 35, ex-vereador em Valadares.
Um dos locais de busca e apreensão foi a casa do empresário do ramo de combustíveis Hélio Gomes Alves, 67, na Ilha dos Araújos, por volta das 6h30. Hélio Gomes já foi deputado estadual no período 2011/2014 e é um dos empresários que, conforme o MP, teve participação direta na campanha de Euclydes Pettersen.
O outro é o também ex-deputado estadual Jayro Luiz Lessa, dono do Grupo VDL. Os dois fizeram doações de valores para a campanha que, segundo apurou o MP, não foram computadas na prestação de contas final do candidato eleito.
A ação envolveu o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Promotoria Eleitoral local e contou com a parceria da Polícia Militar.
O deputado federal Euclydes Pettersen, que está em Belo Horizonte, disse para O Olhar que só irá se manifestar após chegar em Valadares e se inteirar dos fatos junto ao seu advogado.
O Olhar não conseguiu contato com os empresários Hélio Gomes e Jayro Lessa.
Corrupção
A investigação teve início a partir da Operação Octopus, deflagrada ano passado, que apurou a prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e organização criminosa ocorrida na Prefeitura de Divino das Laranjeiras (MG), no período de 2005 a 2016.
Nas buscas realizadas naquela operação foram identificadas conversas por meio de aplicativo de mensagem whatsapp entre o ex-prefeito daquela cidade, Edson Alves de Souza, conhecido como Bodola, e o candidato eleito Euclydes Pettersen. No diálogo, eles tratavam de questões relacionadas à compra de votos na disputa eleitoral do ano passado.
Durante o trabalho investigativo, constatou-se a suposta prática criminosa, sendo que Euclydes Pettersen usava a estrutura do Hospital Samaritano, em Valadares, para garantir a promessa de tratamento de saúde feita aos eleitores. Conforme apurado pelo MP, ele tinha acesso a nada menos que 21 procedimentos cirúrgicos que eram utilizados para a prática da compra de votos.
Além de usar a estrutura do hospital, o MP apurou também que o candidato eleito tinha vínculos com outros prestadores de serviços na área da saúde com os quais garantia procedimentos médicos gratuitos aos seus eleitores, em especial na área oftalmológica.
A investigação identificou ainda a prática do crime de caixa dois eleitoral, uma vez que o deputado, supostamente, deixou de declarar despesas e receitas realizadas em sua campanha, havendo movimentações financeiras suspeitas em sua conta pessoal que não condizem com os valores recebidos por aqueles com quem fez a transação bancária.
Uma transação em especial chamou a atenção do MP: um depósito de R$ 100 mil realizado por um cabo eleitoral muito próximo ao candidato e que também é alvo da operação.
As buscas e apreensões realizadas na manhã desta sexta-feira têm por objetivo identificar novos crimes eventualmente praticados, assim como reforçar as provas até então já obtidas, finaliza o MP.
Curta nossa página no Facebook 🙂
https://www.facebook.com/oolharsobreacidade