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Mais de 4 mil pacientes aguardam retorno do estágio odontológico em GV

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mais de 4 mil pacientes aguardam retorno do estágio de odontologia em valadares
Muitos pacientes usavam curativo dentário quando o atendimento foi suspenso. Foto: Divulgação

 

Mais de 4 mil pacientes da clínica-escola da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Campus de Governador Valadares, aguardam o retorno do estágio do curso de Odontologia para concluir os tratamentos iniciados ainda em 2019.

A maior parte dos usuários recebeu a notícia da suspensão do serviço quando os tratamentos estavam na metade e tiveram que se contentar apenas com um curativo provisório.

Os pacientes iniciaram o tratamento ainda em 2019, mas com o encerramento do ano escolar, foram agendados para retornar a partir de março de 2020. No entanto, em virtude da pandemia, as aulas práticas foram suspensas e ainda não têm data para recomeçar.

Com isso, uma parcela significativa da população tem deixado de ser assistida. Os alunos também estão sendo prejudicados, já que, sem essas aulas, a graduação fica incompleta.

O tamanho do público que depende do serviço é grande:  em 2019, foram 468 atendimentos maxilofacial, 691 endodontia, 296 radiologia, 276 dentística restauradora, 149 clínica integrada, 144 prótese, 120 odontopediatria e 92 periodontia.

A clínica-escola funciona nos gabinetes odontológicos da Funorte – Faculdades Integradas do Norte de Minas -, no Centro, e da Associação Brasileira de Odontologia (ABO), no bairro Alto Esplanada.

O objetivo dos espaços é ofertar disciplinas práticas para os alunos dos últimos períodos do curso de Odontologia. São tratamentos, entre outros, de canal, de cárie, problemas na gengiva, cirurgia ou colocação de próteses.

Atendimento

Antes da pandemia, o atendimento na clínica-escola era feito por estudantes dos últimos períodos do curso de Odontologia, sob supervisão e orientação de professores. A população tinha acesso ao serviço após cadastro e avaliação.

Felipe Henrique Barbosa Ribeiro cursa o 10º período de Odontologia. Ele explica que nas aulas práticas a turma se divide em trios de alunos para prestar os atendimentos. “Só o meu trio deixou de atender cerca de 20 pacientes esse período. “Considerando que são dez trios de estudantes do 10º período, dariam uns 200 pacientes prejudicados”, lamenta.

Outra aluna que está se sentindo prejudicada é Daniela Gomes Braga. Ela também cursa o 10º período de Odontologia. “Acho um grande descaso, principalmente com os alunos do último período. Vai completar um ano que os alunos estão parados, sem atuar, e estamos perdendo ofertas de trabalho. Outras faculdades estão funcionando com as medidas de segurança, já fizemos diversas propostas para nosso retorno, mas nada foi feito para solucionar nosso problema”, reclama.

Da mesma forma reclama o aluno Saulo Machado Píccolo. O universitário cita que o atendimento aos pacientes inicia no 4º período, com pequenos procedimentos como radiologia e odontologia. “São sete turmas atendendo em diferentes especialidades durante três turnos, por seis períodos. Fica difícil falar em quantidade de pacientes, mas muita gente deixou de ser atendida”, garante.

O que diz a UFJF-GV

O professor Ângelo Denadai, diretor do Instituto de Ciências da Vida, departamento que é responsável por todos os cursos da área de saúde do Campus da UFJF em Valadares explica que ainda não há uma previsão para o retorno dos estágios.

Ele informa que a sede em Juiz de Fora encaminhou um fluxograma estabelecendo uma série de protocolos para o retorno dos estágios. Alguns desses protocolos estão contidos na Resolução Nº 33.2020, que regulamentou o Ensino Remoto Emergencial (ERE).

Segundo Denadai,  a resolução foi publicada em agosto de 2020 pelo Conselho Superior da UFJF em Juiz de Fora. A partir da resolução, as aulas práticas para alunos concluintes só poderiam acontecer, excepcionalmente, por solicitação do departamento ofertante à Prograd/UFJF e mediante autorização do Comitê de Monitoramento da Covid -19.

“O retorno dos estágios está nas mãos da reitoria em Juiz de Fora”, ressalta o diretor.

A reportagem do O Olhar também procurou a reitoria da universidade em Juiz de Fora, mas até a publicação desta matéria não houve retorno.

Estomatologia também está suspensa

Também permanece suspenso o serviço de Estomatologia (estudo da boca), inaugurado em 2019 para atender pacientes com qualquer tipo de doença bucal. A iniciativa, dedicada exclusivamente à especialidade, é pioneira na região.

O objetivo é diagnosticar e tratar anomalias presentes na boca e lábios, como feridas, manchas, caroços, cistos e até mesmo o câncer. O atendimento é feito por cerca de 40 alunos e três professores do Departamento de Odontologia

A atividade surgiu com a inclusão da Estomatologia no currículo do curso de Odontologia, também com a finalidade de preparar o acadêmico para o diagnóstico e tratamento das mais variadas doenças que acometem a boca.

As pessoas encaminhadas à Estomatologia da UFJF-GV, com doenças bucais, serão submetidas a tratamento, orientações e, no caso de diagnóstico de câncer, direcionadas pela equipe ao serviço de oncologia.

Clínica-escola

A clínica-escola de serviços odontológicos foi implantada em abril de 2016 por meio do campus avançado de Governador Valadares da Universidade Federal de Juiz de Fora, em parceria com a ABO e Funorte.

O espaço oferece gratuitamente avaliação e diagnóstico das alterações bucais, tratamentos de cárie, canal, problemas na gengiva, cirurgias simples e colocação de próteses.

Os pacientes são atendidos por estudantes, sob a supervisão e orientação de professores da instituição. A complexidade dos procedimentos a serem realizados aumentará de acordo com o avanço do curso de Odontologia, que atualmente possui alunos no sétimo período.

Os dois ambientes da clínica-escola (ABO e Funorte) para atendimento à população possuem cerca de 30 cadeiras odontológicas.

O primeiro atendimento é realizado na sede da ABO. Posteriormente, a depender do resultado da primeira avaliação, o paciente pode continuar a abordagem nesta sede ou ser encaminhado para a Funorte.

 

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