O portal O Olhar conta agora com comentários esporádicos sobre os filmes mais aguardados. E qual maneira melhor de começar se não comentando a continuação da maior franquia dos cinemas que estreou nesta quinta (14), em cinemas de todo o Brasil, inclusive em Governador Valadares? Bom, se você acompanha o mínimo de cinema, sabe que eu estou falando de Star Wars: Os Últimos Jedi.
ESSA CRÍTICA NÃO CONTÉM SPOILERS
Logo de cara, já nos deparamos com a continuação da narrativa anterior, Star Wars: O Despertar da Força. No entanto, o filme promete não só desenrolar o segundo episódio da nova trilogia, focada na personagem Rey, como também dar uma sequência direta à primeira trilogia, lá nos anos 80. E, de forma razoável, consegue fazer isso.
Temos Daisy Ridley no papel principal, onde constrói de forma crível e carismática a protagonista. Do contrário do primeiro filme (da trilogia), onde a personagem parece já ter sido concebida pronta, temos uma Rey capaz de ganhar o apego do espectador.
De forma paralela, não há muito o que reclamar. Finn (John Boyega), o stormtrooper desertor, é construído como um bom coadjuvante em sua trama paralela ao lado de novos personagens. Tudo bem que, talvez, a ideia inicial parecia tê-lo como outro protagonista, mas o personagem acabou funcionando melhor quando não teve o peso de carregar a trama nas costas.
O vilão principal da trama, Kylo Ren (Adam Driver), teve pouca alteração. Ainda o mesmo vilão existencial, mas ativo, do filme anterior. Dessa vez, talvez por já sabermos que ele era o vilão, o personagem tenha se tornado menos forçado que na primeira tentativa.
Luke Skywalker (Mark Hamill), agora mestre de Rey, parece nos entregar um personagem até mais carismático que sua primeira versão. A trama permite que o personagem traga quase a mesma emoção de descobrirmos que ele era filho do grande Darth Vader. Agora, num papel mais existencial, mas extremamente útil, Luke consegue roubar parte do filme para si.
Poe Dameron (Oscar Isaac) também teve sua subtrama, que poderia ter sido diminuída, mas não deixou de ser um bom personagem, especialmente pelo carisma do ator.
Temos a saudosa Carrie Fisher, que nos traz novamente a general Léia, que se mostrou uma personagem lateral importante e que não sabemos como será trabalhado (ou não) após o falecimento da atriz.
A trama geral, apesar de nos entregar uma boa execução, não arrisca muito no novo, a não ser na troca de bastão dos protagonistas antigos para os atuais. Nisso, realmente o filme não falha. As cenas de ação possuem bons efeitos especiais e nada de novo, mesmo ainda sendo agradáveis de assistir.
Talvez o excesso de subtrama possa ter tornado o filme um pouco enrolativo. Alguns personagens que possuem muita atenção poderiam ter tido um pouco menos, tornando o filme mais fluído. Mas não é cansativo o suficiente a ponto de entediar o espectador. Sem contar que o filme tem um desenrolar interessante que pode escapar da primeira assistida se o espectador não ficar atento a todas as subtramas.
No mais, é um filme ótimo que não se arrisca, mas não é prejudicado por isso. Digno de uma sequência e mais atentos aos erros do antecessor (que, com certeza, provocou uma certa decepção devido ao nível de expectativa). Nota 7,5/10.