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Sudene abre crise política entre Planalto e Minas Gerais

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veto em projeto que inclui vale doce na sudene cria impasse entre mg e governo federal
Deputado federal Euclydes Pettersen: "vamos dar a resposta nas urnas"

 

Caiu como bomba na bancada mineira no Congresso Nacional o veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Projeto de Lei Complementar nº 148/2017, que inclui 78 municípios de Minas Gerais – além de quatro do Espírito Santo – na área de atuação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).

Tudo parecia pronto para que a matéria fosse sancionada ontem (22), inclusive o próprio presidente estaria alinhado com a proposta, mas, trata-se de Jair Bolsonaro, e o que ocorreu foi o oposto do esperado e combinado.

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Um parecer do ministro da Economia, Paulo Guedes, alertava que havia inconstitucionalidade na proposta, o que poderia incorrer em possível crime de responsabilidade fiscal, e recomendava o veto. Outros ministérios, no entanto, não viam ilegalidades e apoiavam a sanção do projeto.

O presidente, porém, optou por vetar todo o texto da proposição, não se importando com a quebra de acordos políticos e consequentes retaliações que podem levar para a gaveta projetos de interesse do governo federal.

Quem garante é o senador mineiro Carlos Viana (PSD). “Vai ter repercussões, os projetos de interesse do governo vão ficar na gaveta até que o acordo seja cumprido e a gente tenha uma solução para a questão da Sudene”, diz ele em um áudio que circula na internet.

“O que vimos foi uma completa má vontade do ministro Paulo Guedes em atender Minas Gerais”, criticou ele, afirmando ainda que, agora, o governo estaria propondo a derrubada do veto na primeira sessão do congresso.

“Digo também que isso gerou uma crise política entre o Senado, especialmente a bancada de Minas, e o Palácio do Planalto. Tenho muita confiança que vamos reverter, mas foi um dia de muita má vontade com Minas Gerais”, lamentou o senador.

Resposta nas urnas

O deputado federal Euclydes Pettersen (PSC-MG), da bancada de apoio a Bolsonaro, também endureceu com o governo federal.

Para ele, o veto mostra uma ruptura com a bancada mineira e “uma falta de respeito” com Minas Gerais e com mais de 80 municípios [em MG e no ES] que seriam beneficiados e teriam, segundo o deputado, oportunidades de crescimento.

“Esse golpe do governo federal eu comparo como se fosse uma ferida em Minas Gerais. Claro que ela pode cicatrizar, mas também pode não fechar e criar essa ruptura com um  governo que estamos trabalhando de mãos dadas pelo progresso do país”, enfatiza.

O parlamentar, que cumpre seu primeiro mandato, disse que a expectativa é que o governo apoie a derrubada do veto no Congresso “e assim corrija esse grande erro e prejuízo para Minas Gerais”.

O político também defendeu que caso não haja a derrubada do veto, que os mineiros deem o troco nas urnas. “Os mineiros terão que mostrar que Minas Gerais é unida e tem que caminhar junto para trazer benefícios”, finaliza.

 

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