Os nascidos em Governador Valadares e região que pretendem viajar para os Estados Unidos em 2020 vão enfrentar ainda mais dificuldades para conseguir o visto.
As restrições, que têm sido quase absolutas na hora de requerer o documento, vão se intensificar. É o que avaliam diplomatas brasileiros frente aos números que acusam aumento significativo de imigrantes detidos ao tentar atravessar a fronteira dos EUA este ano.
Foram 18 mil casos, segundo dados divulgados pelo Serviço de Alfândega e Proteção das Fronteiras (CBP, na sigla em inglês). Um aumento de 600% em relação ao pico registrado desde então, de 3.252 pessoas, em 2016.
Já em 2018, pouco mais de 1.600 brasileiros sem documentos tentaram entrar no país pelo México, mas foram presos pela Agência de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês).
Apenas de outubro de 2018 a setembro deste ano, o índice subiu para 18 mil pessoas e surpreenderam inclusive autoridades brasileiras que trabalham com processos de imigração.
O Itamaraty avalia que o aumento do fluxo de brasileiros que tentam chegar aos EUA se deve, entre outros, à política agressiva do presidente Trump contra a entrada de estrangeiros sem documentos no país, aliada ao anúncio da construção de um muro na fronteira com o México, que levam as pessoas a acelerarem a ida para o país americano.
Outros dois fatores seriam a crise econômica do Brasil, com previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) abaixo de 1% para este ano, e a profissionalização dos serviços de coiotes no país.
De acordo com o governo americano, em outubro e novembro de 2019 a tendência de alta se manteve entre os brasileiros, com 3.200 casos registrados. Destes, 90% são famílias, 9% são adultos sozinhos e 1% de menores desacompanhados.
Por causa do crescimento do número de detenção dos brasileiros, principalmente no estado do Texas, o diretor do Serviço de Alfândega e Proteção das Fronteiras, Mark Morgan, afirmou, na semana passada, que vai implementar regras para barrar os imigrantes do Brasil, da mesma forma que são criadas iniciativas com relação aos países El Salvador, Guatemala e Honduras, com grande fluxo migratório para os EUA.
Entre as medidas, as pessoas detidas serão colocadas para esperar por meses em cidades fronteiriças até a solicitação de asilo que, em muitos casos, é negado independentemente do mérito.
Com informações da Folhapress.
