A youtuber valadarense Flávia Caroline de Andrade Eller, 32, mais conhecida como Karol Eller, foi vítima de um ataque homofóbico no último domingo (15), em um quiosque na praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Karol estava acompanhada da sua namorada, quando foi abordada por um homem que questionou como ela conseguia namorar “um mulherão desses”. A provocação acabou em agressão.
A youtuber foi atacada a socos e pontapés e socorrida apenas pela namorada, que a levou até o Corpo de Bombeiros que ficava próximo ao local. Ela ficou com o rosto desfigurado.
Karol Eller é amiga da família do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e teve participação ativa em sua campanha em Governador Valadares, em especial no movimento “#Ele Não”, quando esteve no local da manifestação fazendo enfrentamento ao público presente em defesa do candidato.
Ela se mudou para o Rio na semana passada, após ser nomeada em um cargo na Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Solidariedade
Em suas redes sociais, o deputado estadual Coronel Sandro (PSL), com quem Karol trabalhou, lamentou a agressão. Segundo ele, a youtuber “é uma mulher corajosa que rompeu com os grilhões da ditadura esquerdista que impera no movimento LGBT para apoiar as ideias de Jair Bolsonaro”.
O parlamentar criticou o movimento LGBT que, segundo ele, “permanece silencioso, por se tratar de uma conservadora, mostrando que sua indignação é eletiva e que na visão dos líderes só homossexuais de esquerda merecem ter sua dignidade protegida”.
Entretanto, várias pessoas ligadas à esquerda e ao movimento LGBT se manifestaram solidários à Karol e condenando as agressões.
A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL) afirmou, em seu twitter, que “a realidade de violência na qual vivem as LGBTs não distingue preferência partidária (…). Minha solidariedade à Karol Eller”. Ainda criticou o presidente Jair Bolsonaro por, segundo ela, estimular a homofobia ao declarar “preferir um filho morto a um filho homossexual”.
A cantora Zélia Duncan também se manifestou em seu twitter, lembrando que Karol menosprezou o sofrimento dos LGBTs e agora “experimentou essa dor na pele. Homofobia é um fato cotidiano, Karol. Muitos de nós morrem. Melhoras”.
O jornalista William de Lucca, ativista LGBT, afirmou que “não há nada que justifique violência, em especial motivada por homofobia. Que a Karol Eller se recupere dos ferimentos e que o criminoso seja punido. Esta barbaridade só reforça a necessidade de criminalizar a homofobia e uma educação para a diversidade”.
O deputado federal David Miranda (PSOL), marido do jornalista Glenn Greenwald, também se solidarizou com a youtuber. “Lamentavelmente, Bolsonaro alimenta a LGBTfobia e o discurso de ódio contra nós. A violência não faz distinção por preferência partidária e atinge a todos nós. Isso não é impeditivo para que prestemos nossa solidariedade à Karol Eller, que se recupere logo”.
Vitimismo
Em 2016, Karol Eller gravou um vídeo em que considerou a homofobia como ‘vitimismo’. E afirmou, entre outros, que gays são vítimas de outras pessoas ‘malvadas’, não simplesmente pelo fato de serem gays, mas porque “o mundo é podre e cheio de pessoas com ódio dentro do coração, que saem por aí roubando e matando”.
https://youtu.be/P4Z2iEptFZo