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Projeto leva dança e esporte ao Morro do Carapina

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Crianças no balé do projeto Dançando Pela Paz

Há oito anos, quando ainda estava na Polícia Militar, o subtenente reformado Antônio Carlos Durães teve uma ideia: implantar um projeto social para ajudar crianças por meio da dança e do esporte.

Ele conseguiu parcerias e tirou do papel o Projeto Dançando pela Paz, que oferece aulas de balé, karatê, capoeira e futebol para 272 crianças do bairro Carapina. “É uma oportunidade que elas têm de conviver com a arte, e isso tem influenciado na formação do caráter de cada uma”, ressaltou.

O subtenente conhece bem o ambiente das periferias de Governador Valadares, onde a violência, a criminalidade e a prostituição não respeitam idade e crianças e adolescentes são lançadas ao tráfico de drogas, fazem “avião” ou se prostituem para os traficantes e seus clientes.

“Já tive que lidar muito com crianças de 10 a 14 anos traficando, engravidando e se prostituindo. Em todo trabalho social é preciso ter persistência, pois ele foca num alinhamento do que está se perdendo diante dos valores que trazemos na formação do caráter”, observa.

O projeto começou atendendo crianças no bairro São Paulo. Depois foi para o Santa Terezinha e de lá para a comunidade do São Tarcísio. Hoje, o Dançando pela Paz se fixou no Carapina, bairro onde o policial militar mora desde os quatro anos de idade.

 

Subtenente Durães - projeto dançando pela paz
 Subtenente Antônio Durães com as alunas de balé do Projeto Dançando Pela Paz, no bairro Carapina, em Valadares

Resultados

Quatro professores dão suporte ao Projeto Dançando Pela Paz, trabalho que é feito de forma voluntária. Um deles é o prata da casa João Vítor Ribeiro, 17. Ex-aluno do projeto e faixa roxa no karatê, hoje ele compartilha o que aprendeu ensinando quem está iniciando no esporte.

A aluna de balé Maria Rosa Araújo, 9, é outro orgulho da comunidade, principalmente da professora de dança Débora Salviano.  A garota foi aprovada em um teste inicial realizado em Governador Valadares, por professores da Escola Bolshoi no Brasil – uma extensão estrangeira do Teatro Bolshoi de Moscou, com sede em Joinville, SC -, e aguarda a segunda etapa que acontece em outubro, em Santa Catarina.

A  professora não esconde a emoção causada pela possibilidade de ser do morro do Carapina a valadarense que poderá representar o Brasil no mundo da dança. “Fico feliz de participar de um projeto que acredito e que dá às pessoas a perspectiva de uma vida melhor”.

A escolha de Maria Rosa se deu durante a 6ª Semana da Dança que aconteceu em Valadares, no último mês de abril.

O projeto não cobra nenhuma taxa ou mensalidade e podem ingressar no Dançando pela Paz crianças com até 12 anos. Além disso, não há imite de idade para permanecer no projeto.

“Isso depende do envolvimento de cada um, temos alunos com 19 anos que fazem questão de continuar participando. E é para isso que trabalhamos, para manter o interesse de crianças e jovens naquilo que os desviem da criminalidade”, concluiu o subtenente Antônio Durães.

Karatê é uma das atividades oferecidas pelo projeto Dançando Pela Paz, que atende a 272 crianças no bairro Carapina

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