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CIAAT PROMOVE PALESTRA SOBRE IMPORTÂNCIA DAS NASCENTES

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Uma das reuniões do projeto Momento Ambiental, do Ciaat. Foto: Divulgação

O Centro de Informação e Assessoria Técnica (Ciaat), por meio do projeto Momento Ambiental, promove, no próximo dia 19, às 18h30, no auditório do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG-GV), uma palestra sobre o tema “A importância das nascentes na recuperação das bacias hidrográficas”.

A palestra será ministrada pelo presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, professor Marcus Vinícius Polignano, mestre em Epidemiologia e doutor em Pediatria Social.

Polignano é um dos fundadores e coordenador do Projeto Manuelzão da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde é professor do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina.

Antes da palestra, a engenheira Bruna Anair souto Dias, professora da Universidade Federal do Piauí (UFPI), fará um relato sobre uma experiência de recuperação ambiental que ela vem desenvolvendo em uma fazenda em Marilac (MG).

Entre as tecnologias utilizadas, está a abertura de “barraginhas” consorciadas com sulcos em curvas de nível. “Tínhamos um morro completamento limpo de vegetação e com uma enorme voçoroca. Fizemos curvas de nível para desviar a água das chuvas do canal escavado pelas enxurradas e, ao mesmo tempo, implantamos pequenas barragens nos sulcos que fomos abrindo para acumular a água. Com isso, garantimos o processo de infiltração, e um ano depois várias nascentes da parte baixa do terreno, que tinham secado, voltaram a ser perenes”, explica Bruna.

CBH Rio das Velhas

O professor Marcus Polignano falará sobre o sistemático trabalho de cadastramento, diagnóstico e valorização de nascentes que vem sendo feito pelo CBH Rio das Velhas.

O comitê foi um dos primeiros, no país, a chamar a atenção para a importância do cuidado com as nascentes para garantir a recuperação das bacias hidrográficas.

“Ainda que consigamos tirar todo o esgoto dos cursos d’água, se não houver nascentes produzindo água limpa de qualidade para reabastecer os rios, pouco adiantará o esforço para a despoluição”, resume o médico.

Para o coordenador do Ciaat, Antônio Carlos Linhares Borges, o momento é oportuno para discutir o cuidado com as nascentes, já que a região, após o desastre com a barragem de rejeitos da Vale, está passando por um intenso processo de recuperação ambiental.

“Esse é o momento de toda a sociedade se unir para apresentar ideias e sugestões que façam com que esse trabalho de recuperação se torne efetivo e com benefícios para toda a população, seja pela geração de renda, de conhecimento e de qualidade de vida”, frisou.

Momento Ambiental

O projeto Momento Ambiental teve início em 2010, com discussões realizadas junto aos produtores rurais da região do Vale do Rio Doce, pelo Ciaat, enquanto aplicava a metodologia Desenvolvimento de Comunidades Sustentáveis (DCS).

Esse trabalho promoveu a utilização de tecnologias sociais para garantir a potencialização dos meios de produção econômica com respeito à preservação ambiental visando garantir a sustentabilidade dos recursos naturais, como a água.

A adesão de várias entidades e órgãos relacionados ao meio ambiente e à produção para debater alternativas sustentáveis marcou o início do Momento Ambiental.

Em 2014, após vários encontros e estudos realizados, mais de 30 entidades assinaram um documento que reconhecia o fenômeno da “erosão” como o elemento principal da degradação ambiental.

O documento foi compartilhado com todas as esferas de governo, indicando ações de desenvolvimento sustentável para o Rio Doce, com a produção de programas e projetos para implementação.

“Algumas das tecnologias sociais defendidas nesse documento foram testadas com alto grau de sucesso pela professora Bruna Dias e por outros produtores da região. Precisamos, agora, mostrar essas experiências positivas para que outras pessoas possam utilizar e criar uma rede de ação para recuperar a Bacia do Rio Doce”, ressaltou o coordenador do Ciaat.

Ele acrescentou ainda que é fundamental a participação dos jovens estudantes da área ambiental para continuar o trabalho no futuro. “Por isso, priorizamos a nossa atuação junto ao IFMG e outras escolas interessadas em contribuir com a preservação ambiental”, concluiu.

Com informações da Assessoria de Imprensa|CIAAT. 

 

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